Preconceito, orgulho, empreendedorismo, educação, racismo, machismo, empoderamento, violência. Palavras que se contrapõem, porém, agregam valor quando discutidas em favor de melhorias de um grupo. Foi dessa forma que, na tarde desta terça-feira, 26, o Governo do Estado, através da Secretaria Extraordinária de Política para Mulheres (SEPM) reuniu mulheres negras moradoras do quilombo das Lagoa dos Índios numa roda de conversa denominada "Mulher Negra – Preconceito, Racismo e Machismo. Uma Reflexão”. O encontro aconteceu Escola Estadual Lagoa dos Índios. O evento faz parte da programação da campanha "16 Dias de Ativismo - juntos pelo fim da violência contra as mulheres".
No encontro, mulheres e homens da comunidade falaram sobre seu dia a dia e os percalços e avanços de suas vidas. Discutiram também quais as demandas, questionamentos e anseios das mulheres negras quilombolas que as políticas públicas precisam chegar e se adequar. Para a secretária extraordinária de Política para Mulheres, Renata Apóstolo Santana, foi uma tarde de escuta.
“Precisamos ouvir as mulheres negras nesse dia, nessa comunidade, e repassar o nosso trabalho junto a elas, principalmente, no que se refere à violência contra à mulher e sobre a agenda extensa dos 16 dias de ativismo”, disse.
A acadêmica de fisioterapia Rosinete Ramos falou sobre preconceito e disse que as meninas e os meninos precisam conversar, em casa, desde cedo, sobre o assunto.
“A criança negra não tem preconceito. Ela não faz diferença de ninguém. Mães e pais precisam dizer, desde cedo, que eles só têm melanina a mais que algumas pessoas. Nada mais. Assim, podem se defender de possíveis agressões racistas”, frisou.
Durante o evento explicou-se como funciona o fluxograma de atendimento da Rede de Atendimento à Mulher (RAM) em casos de violência doméstica, e acerca da identificação da violência, que não é apenas agressão física.
Apoiaram o evento o secretário extraordinário de Política Afrodescendente, Aluízo Carvalho, e a Secretaria de Estado da Educação (Seed), através do Núcleo de Educação Étnico-Racial (Neer), gerenciado pelo professor Ibraim Santana, além do corpo docente da Escola Lagoa dos Índios.
José Baía/Secom