Até o mês de agosto, o ano de 2020 apresentou uma redução significativa no número de suicídios no Amapá. Foram 29 óbitos no primeiro semestre deste ano, enquanto que no mesmo período de 2019 foram registrados 46, ou seja, houve redução de 37%. Os dados são da Superintendência de Vigilância em Saúde do Amapá (SVS), que divulgou o boletim epidemiológico sobre lesão autoprovocada e óbitos por suicídio no estado.
A Unidade de Doenças e Agravos não Transmissíveis (UDNT), setor responsável pelo documento, organizou o relatório. Homens em idade adulta e produtiva, na cidade de Macapá, são as maiores vítimas.
Os dados foram coletados no Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), Sistema de Informações Hospitalares (SIH) e no Sistema de Informações e Agravos de Notificação (SINAN), e ajudam a compreender esse grave problema de saúde pública, contribuindo para produção de conhecimento que possa nortear a implementação de políticas de vigilância, de atenção, de prevenção, de promoção e de proteção e cuidado às pessoas vulneráveis a este tipo de agravo.
Os dados demonstram que a taxa geral de suicídio no Amapá acompanha a taxa nacional, que é de 7,2 óbitos por 100.000 habitantes. Porém, na capital, os números estão acima da média nacional. Em 2016, Macapá registrou 5,1 óbitos por 100 mil habitantes, já em 2019 a taxa subiu para 9,1 óbitos por cada 100 mil habitantes.
O boletim também aponta que o sexo masculino ainda constitui o maior contingente de óbitos. Além disso, os dados apontam para uma população jovem e em idade produtiva, ou seja, homens entre 20 e 29 anos.
Mesmo sendo maior entre indivíduos do sexo masculino, as taxas gerais entre o público feminino vêm aumentando de forma acelerada. O ano de 2018 foi o que apresentou o maior número absoluto de óbitos entre as mulheres, chegando a contagem de 20 mortes, índice que recuou no ano seguinte para 15 óbitos. O estudo também indica quais os municípios do Amapá com a maior incidência do agravo e quais os meses em que ocorre o maior número de óbitos.
A capital Macapá concentra o maior número de casos (68%) e também a maior taxa de óbito por 100.000 habitantes (9.8). Em seguida o município de Santana, que apresentou uma taxa de 4,1 óbitos a cada 100 mil habitantes, acompanhado de Mazagão com 1,4 óbito por 10 mil habitantes e Oiapoque com 1,1 óbito por 10 mil habitantes.
A lei 13.819, que institui a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e Suicídio, define em seu texto que os casos suspeitos ou confirmados de violência autoprovocada são de notificação compulsória por parte dos estabelecimentos de saúde públicos e privados, estabelecimentos de ensino público e privados e conselhos tutelares.
Dados recentes da OMS apontam que o Brasil ocupa a oitava posição no ranking mundial de números de suicídio. O ato é considerado um problema de saúde pública mundial, em especial pelo crescimento entre a população mais jovem e em idade produtiva.