O Instituto Estadual de Florestas do Amapá (IEF) entregou nesta quinta-feira, 4, a primeira anuência para pessoa jurídica dentro da Floresta Estadual do Amapá (Flota). A Cooperativa de Produtores Agroextrativistas do Oeste Amapaense (Coopetral) recebeu o documento de uma área de 200 hectares, nas margens do Rio Água Fria, em Pedra Branca do Amapari.

Neste espaço, a Coopetral, que tem mais de 200 associados, vai construir a sede da cooperativa, além de um núcleo de produção com atividades agrícolas e um centro de capacitação técnica nas áreas de produção e extrativismo.

Para o presidente da cooperativa, Raimundo Apóstolo Santana, a anuência é o reconhecimento do Estado quanto ao direito de posse e de uso da Floresta. “Agora, podemos produzir muito mais, porque temos um documento que garante isso. E a partir de hoje, os bancos irão reconhecer que existimos e onde estão nossas terras”, declarou entusiasmado.

Outras 15 anuências foram entregues para agricultores e extrativistas de Pedra Branca do Amapari e Serra do Navio. O documento é fundamental para o início do processo de licenciamento ambiental, que vai permitir a utilização dos recursos naturais da Flota. O órgão licenciador é o Instituto de Meio Ambiente e de Ordenamento Territorial do Amapá (Imap).

A entrega desses documentos faz parte da política do Governo do Estado do Amapá de reconhecer a Flota enquanto unidade produtora, que pode contribuir no reforço da economia, com a produção de recursos que estão disponíveis na floresta. “Essa é uma linha de produção que já foi muito marginalizada, porque era ilegal. Hoje, o Estado está legalizando, reconhecendo e incentivando essa produção que é muito mais antiga que a Flota”, declarou o diretor-presidente do IEF, Marcos Tenório.

Um sonho realizado, segundo Nazilda da Silva Maciel, de Serra do Navio. Ela, que também recebeu a anuência, já sabe que vai investir em um projeto de pimenta do reino. Mas esse é só o primeiro passo. “Assim que o primeiro projeto começar a vingar, vou expandir e trabalhar com açaí”, disse animada, já de olho no futuro.

“Faz muito tempo que a gente está nessa terra e só agora temos algum documento que nos dê alguma garantia. Isso é uma benção”, completou.