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segunda, 21 de janeiro de 2019 - 17:20h
Ossada de baleia que encalhou no Bailique chega a Macapá
Restos mortais do mamífero foram enterrados para o processo de decomposição. Após esse procedimento, a ossada deverá ser montada e exposta no museu Sacaca.
Por:
Foto: Maksuel Martins / Secom
Uma força-tarefa foi criada para transportar os ossos da baleia até o campus do Iepa em Fazendinha

A ossada da baleia jubarte encontrada morta e localizada no dia 15 de dezembro na Ilha Vitória, no Arquipélago do Bailique, chegou na manhã desta segunda-feira, 21, a Macapá. Parte dos restos mortais do mamífero (ossos maiores) foi enterrada na área do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa), em Fazendinha, para que o processo de decomposição ocorra de maneira natural. A outra parte (ossos menores) foi depositada em um local chamado dermestário, que contém microrganismos e que farão a decomposição do material.

Segundo o biólogo e diretor de pesquisas do Iepa, Allan Kardec, a ação é necessária, pois ainda há gorduras em partes da ossada. “Será um processo que deverá durar de quatro a cinco meses. Após isso, iremos retirá-lo e iniciar um processo de limpeza para, em seguida, começar a montagem do esqueleto que deverá ser exposto no Museu Sacaca”, explicou o biólogo.

Kardec adiantou que, durante o processo de decomposição, o Iepa vai buscar recursos para que o esqueleto seja montado. Para isso, é necessário um investimento de R$ 120 mil. “No Brasil, apenas um especialista faz este tipo de trabalho. Vamos buscar junto ao governo ou até mesmo através da iniciativa privada este recurso para que possamos executar essa tarefa”, ressaltou.

No país, existem somente quatro esqueletos de jubarte montados que são nos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia e Rio de Janeiro.

Para transportar a ossada até a capital foi montada uma força-tarefa que contou com o apoio de diversos órgãos como Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Secretaria de Estado de Transportes (Setrap), além do apoio de moradores da comunidade.

O pescador e morador da Vila Progresso, Alcindo Farias, foi quem manteve contato com a equipe do Iepa desde as primeiras informações da baleia encalhada. Ele relatou que levou aproximadamente duas horas de voadeira da vila aonde mora até o local onde estava o mamífero, e que, ao chegar, já encontrou o animal morto.

“Já tínhamos encontrado há aproximadamente sete anos, uma baleia encalhada na região, só que de outra espécie, menor e viva. Essa não tivemos a mesma sorte”, lamentou o pescador, que acrescentou ter sentido uma emoção ao se deparar com o tamanho do animal, estimado em 12 metros de comprimento e com um peso entre 25 e 30 toneladas. “É algo que guardarei na memória por toda minha vida”, resumiu.

A bióloga e especialista em mamíferos aquáticos do Instituto Mamirauá (AM) Daniele Lima, que trabalha em parceria com o Iepa, explicou que os registros de jubartes no Amapá estão a 300 km da costa. “Este é o primeiro encalhe dessa espécie no Estado”, frisou a especialista, acrescentando que já houve casos de encalhe de jubartes na costa do Maranhão e do Pará.

O que provocou o encalhe e as circunstâncias da morte ainda são desconhecidos pelos especialistas. A bióloga explicou que quando a informação do fato chegou até os pesquisadores o animal já estava em avançado estado de decomposição, sendo possível apenas coletar amostras para análise genética, que deverá informar o sexo do animal.

“A morte pode ter sido uma causa natural, mas a gente nunca vai saber. Outra possibilidade pode ter sido uma colisão com uma grande embarcação. Isso poderá ser descartado através da análise dos ossos, caso não seja encontrada nenhuma fissura, ou alguma rachadura em algum osso”, concluiu a bióloga.

A ocorrência de jubartes no Brasil é bem extensa, porém, não havia registros delas no Amapá. Através da ossada, será possível o estudo relacionado à anatomia do animal, assim como para saber se o mesmo pertence ao grupo recorrente nas águas do hemisfério sul ou norte.

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Créditos:

Maksuel Martins / Secom

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