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quinta, 09 de maio de 2019 - 14:04h
Atendentes do Ciodes são capacitados para atuarem na valorização da vida
Policiais e bombeiros que atendem às chamadas de urgência e emergência receberam orientações de como proceder na prevenção ao suicídio.
Por: .Colaboradores: Izael Marinho
Foto: José Baia/Secom
Inicialmente foram capacitados 50 servidores que trabalham no atendimento às ligações do 190, do setor de controle de qualidade e palestrantes do Projeto Alozinho

Criado para o atendimento de chamadas de urgência e emergência, entre outras funções, o Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciodes), tem recebido ligações diferenciadas nos últimos meses pelo 190. São pedidos de socorro de pessoas querendo tirar a própria vida ou que apresentam violência autoprovocada. Diante disso, o órgão resolveu buscar capacitação dos policiais civis e bombeiros militares que atendem às chamadas, a fim de que eles abordem o usuário de forma adequada e o encaminhe para o serviço especializado.

Inicialmente, foram capacitados 50 servidores que trabalham no atendimento às ligações do 190, no setor de controle de qualidade e palestrantes do Projeto Alozinho, que atua na prevenção de ‘trotes’ (chamadas falsas de emergência). A intenção é que eles se tornem multiplicadores de conhecimento para os outros 150 profissionais. O treinamento aconteceu nesta quarta-feira, 8, no auditório do Centro de Gestão da Tecnologia da Informação (Prodap), em Macapá, com palestras proferidas por facilitadores do Ambulatório de Atenção à Crise Suicida (Ambacs); da Universidade Federal do Amapá (Unifap); voluntários do Centro de Valorização da Vida (CVV) e profissionais da rede estadual de saúde.

O coordenador do Ciodes, Paulo César Martins, confirmou que, além do 190, também chegam pelo 193 (número de emergência do Corpo de Bombeiros) muitos pedidos de socorro de pessoas que estão planejando ou prestes a tirar a própria vida, ou pedidos de familiares que querem impedir o suicídio de alguém.

“Identificamos que as ligações que recebemos, vão além das denúncias de crimes, são pessoas que querem se proteger de si mesmas e não tem, na maioria dos casos, alguém para dividir isso e acionam um dos nossos números de emergência. Então, vimos à necessidade de capacitar os policiais que atendem essas ocorrências para fazer o acolhimento correto e dar os devidos encaminhamentos”, explica Paulo César Martins, que também é delegado de Polícia Civil.

Acolhimento

Durante o treinamento, os atendentes do Ciodes receberam diretrizes de atendimento para esse tipo de ocorrência, baseadas na psicologia. De acordo com o psicólogo Jefferson Melo, do serviço psicossocial do Hospital de Emergência (HE), no primeiro contato é necessário mostrar interesse pela situação e buscar ajudar sem se responsabilizar. É preciso se colocar no lugar do outro, mas não “dar soluções” para o problema alheio. Ao invés disso, fazer o próprio indivíduo tomar a consciência, ressignificar a situação e desistir do ato.

“A pessoa com esse tipo de atitude busca ser compreendida. Então uma abordagem calma, aberta, de aceitação e de não-julgamento é fundamental para facilitar a comunicação. Escutar significa compreender o que a pessoa quer dizer além das palavras que está proferindo. Estabelecendo um vínculo de confiança, esse profissional consegue impedir, naquele momento, que ela cometa o ato de suicídio e ainda encaminhá-la a um serviço especializado de saúde, como o HE”, enfatiza.

Desde o ano passado, o serviço psicossocial do Hospital de Emergências foi ampliado com uma equipe composta por assistentes sociais e psicólogos em plantão de 24h, de domingo a domingo, para atender esse tipo demanda. As pessoas que planejam ou tentam suicídio, com lesões ou não, recebem o atendimento emergencial.

Tanto o comportamento suicida quanto à violência autoprovocada, são sintomas que estão relacionados a fatores diversos, segundo o psicólogo Jefferson Melo. Então, após o atendimento emergencial são feitos encaminhamentos - de acordo com a causa ou motivação - para os Centros de Apoio Psíquico Social Caps AD, Caps gentileza, Caps infantil e até mesmo às unidades básicas de saúde.

O coordenador do Ciodes adiantou que está sendo estudada pelos órgãos que compõem a segurança pública do Amapá, a criação de uma rede de prevenção ao suicídio. “A ideia é que todos os órgãos que atuam nessa porta de entrada dos casos, possam trabalhar interligados. Com um fluxo de atendimento estruturado para essa demanda específica, acreditamos que podemos ajudar a salvar vidas e diminuir os índices atuais’, conclui o delegado Paulo César Martins.

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Créditos:

José Baia/Secom

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