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quinta, 21 de junho de 2018 - 19:11h
Polícia Civil desvenda assassinato ocorrido em Macapá
Vítima seria testemunha de um crime cometido por um sargento da Polícia Militar, que foi preso, juntamente com outras duas pessoas.
Por:
Foto: Marcelo Loureiro / Secom
Secretário de Estado da Justiça e Segurança Pública, Carlos Souza, destacou o empenho das forças de segurança para desvendar o caso

A Polícia Civil do Amapá e o Ministério Público do Estado (MP/AP) desvendaram um homicídio, ocorrido no dia 12 de março, em Macapá. Na manhã desta quinta-feira, 21, dois policiais militares e a esposa de um deles foram presos acusados de envolvimento no crime. A motivação, segundo as investigações, foi para eliminar uma testemunha de outro assassinato cometido por um dos militares em 2016.

Após os cumprimentos dos mandados de prisão e busca e apreensão, os envolvidos na Operação “Letus” (Deus romano da morte) concederam uma entrevista coletiva para explicar detalhes da investigação e a participação de cada um dos envolvidos. Além do delegado George Assunção e do promotor de Justiça Flávio Cavalcante, participaram da coletiva o comandante-geral da Polícia Militar (PM/AP), coronel Rodolfo Pereira, o secretário de Estado da Justiça e Segurança Pública, Carlos Souza, e o delegado-geral de Polícia Civil, Uberlândio Gomes.

Segundo o promotor de Justiça Flávio Cavalcante, em maio de 2016, houve o assassinato de um funcionário público, fato, que segundo as investigações, teria sido cometido pelo sargento da PM/AP preso na operação desta quinta. “Este crime aconteceu no bairro Buritizal e teria sido presenciado pela vítima executada neste ano, que chegou a testemunhar em juízo sobre o crime”, explicou Cavalcante.

Investigação

De acordo com o delegado George Assunção, responsável pelas investigações, minutos antes do crime, um veículo de cor escura estacionou às proximidades do local onde a vítima trabalhava, no bairro Jardim Marco Zero, zona sul da capital. Imagens de câmaras de segurança mostram uma viatura da PM/AP passando próximo do carro suspeito, estacionado na rotatória da Rua Hildemar Maia. Em seguida, o carro da polícia fez o retorno e seguiu em direção à Rodovia JK. “O sargento da PM estava de serviço nesta noite e estava nesta viatura”, frisou o delegado.

Depois de sair do trabalho, às 23h, a vítima foi seguida pelo veículo por cerca de 1,5 quilômetro. Perto do cruzamento da Rua Hildemar Maia com a Avenida dos Galibis, foi executada com quatro tiros nas costas.

O soldado foi preso preventivamente, por conta de outros crimes pelos quais ele responde. Já o sargento e a esposa dele, foram presos temporariamente acusados pela morte da testemunha. Na operação de hoje, foram apreendidos materiais que serão submetidos à perícia.

O secretário Carlos Souza ressaltou o trabalho de integração entre as forças de segurança do Estado, com o objetivo de combater crimes praticados por servidores da segurança pública. “Estamos atuando em conjunto para que a credibilidade das instituições de segurança não seja arranhada com fatos desta natureza”, ponderou o titular da Sejusp.

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Rodolfo Pereira, destacou o trabalho de inteligência da corporação nas investigações e que os militares deverão ser submetidos ao conselho de disciplina da instituição, e que, através de um processo administrativo, poderão ser excluídos da corporação.

Envolvimento da esposa do sargento

As investigações apontaram que a esposa do sargento teve participação no crime ao fazer o levantamento de horários de trabalho da vítima. “Ela usou uma colega de trabalho para descobrir a rotina da vítima. Para isso, alegou uma suposta dívida dele com ela. A pessoa que fez este levantamento, sem saber, procurou a polícia após o crime contou sobre o fato”, revelou o delegado George Assunção.

Envolvimento do soldado

A polícia tem fortes suspeitas de que o soldado, acompanhado de outro suspeito ainda não identificado, estariam no veículo usado no assassinato. De acordo com o delegado George Assunção, a polícia busca descobrir a relação entre ele e o sargento na participação do crime. “O que falta esclarecer é se ele [soldado] teve algum tipo de vantagem ilícita, tipo, se recebeu algum pagamento ou outro tipo de favor para participar deste crime”, afirmou Assunção.

Envolvimento em outros crimes

Os dois policiais presos nesta operação já respondem por outros crimes. O sargento pela morte do funcionário público do qual a vítima era testemunha. O soldado já foi condenado por disparo de arma de fogo em via pública e responde pela morte de um adolescente ocorrida em uma área de ponte no bairro do Muca, em Macapá. Ele também responde a outro crime, um disparo de arma de fogo ocorrido em uma área de ponte no distrito da Fazendinha, em 2017, em que uma criança acabou atingida por um tiro.

Relação com os crimes de execução ocorridos em Macapá

Ainda não há indícios que levem à participação dos militares presos com os crimes de execução ocorridos em Macapá que ficaram conhecidos devido a participação de carros de cor preta ou prata. A Polícia Civil e o Ministério Público têm se debruçado nas investigações dos crimes, porém, ainda não se chegou aos autores dos homicídios.

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