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sexta, 03 de setembro de 2021 - 18:08h
De volta ao passado: 75 anos de história, Cine Territorial complementará arquitetura do antigo Barão
O espaço será restaurado pelo governo do Amapá, preservando todas as características da estrutura original.
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Foto: (Foto: Reprodução/Cortesia do Museu Histórico do Amapá)
Cine Teatro Territorial na década de 60

Dois anos após a entrega do Grupo Escolar Barão do Rio Branco, a primeira escola de alvenaria de Macapá, edificada em 1946 pelo primeiro governador do Amapá, Janary Nunes, a população tucuju começava a sentir as emoções da produção cinematográfica mundial. As cortinas se abriam para a entrada em cena da sétima arte, a maravilhosa oficina de sonhos. Começava a funcionar o 1º cinema de Macapá, o ex-Cine Teatro Territorial.

Localizado aos fundos da escola, o Cine Territorial começou exibindo filmes ‘mudos’, porém com a chegada de máquinas, modernas à época, vindas da Alemanha, a população teve o privilégio de assistir ao melhor do cinema falado.

Mas as obras cinematográficas não eram as únicas atrações do Cine. Grandes ícones da música popular brasileira da época, a exemplo de Ângela Maria, Luís Gonzaga e Dalva de Oliveira, com shows marcantes que empolgaram plateias. Clássicos, como “E o vento levou”, também foram responsáveis pelas extensas filas na época das matinês.

Quem relembrou, emocionada, desta época foi a jornalista Mariléia Maciel, ex-estudante da Escola Barão do Rio Branco, que foi ao local nesta sexta-feira, 3, dia da entrega pelo Governo do Amapá.

‘‘Lembro que o Cine era de madeira e, lá, eram apresentados filmes e muitas peças teatrais. Cheguei a subir no palco do cinema várias vezes para declamar poesias, declamei ‘meu irmão gosta de pêra, de laranja minha irmã’, e ‘essa menina tão pequenina quer ser bailarina’, que me rendeu o segundo lugar no concurso de declamação. Na época, os filmes veiculados não eram para a minha idade, então eu aproveitava o cine dessa maneira, de forma pedagógica, mas as lembranças ficaram e me marcaram bastante por ter sido a minha primeira escola’’, alegrou-se ao lembrar Mariléia.

Quem também tem história pra contar daqueles tempos é a também jornalista Márcia Corrêa.

"Minha mais linda lembrança do Cine Territorial é de quando ganhei meu primeiro concurso de miss caipira, com o vestidinho pintado a mão no capricho que minha mãe encomendou. Lembro também das peças de teatro que ensaiávamos o ano todo para apresentar no encerramento das aulas. Minha turma do Jardim de Infância é unida até hoje, 50 anos depois", relembra.

O resgate da história

Para complementar a história do antigo “Barão”, o Cine Territorial que faz parte do contexto arquitetônico do prédio, também reabrirá suas portas como um museu da imagem e do som.

O espaço que será restaurado pelo Governo do Amapá, preservando todas as características da estrutura original. O local, que guarda memórias importantes do audiovisual, servirá para fins pedagógicos, podendo ser utilizado pelos membros da escola e por toda a comunidade.

A Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinf) será responsável pela obra. A estrutura passará por avaliação para algumas modificações. O palco será ampliado e reduzida a altura. Também será criada uma plataforma elevatória para facilitar o acesso dos cadeirantes.

O auditório terá capacidade de acomodar 130 espectadores, sendo lugares reservados para portadores de necessidades especiais, bem como banheiros com acessibilidade especial. A sala de projeção deverá manter a estrutura física passando apenas por reparos para a preservação. A restauração e implantação do museu estão orçados em R$ 1 milhão, e a licitação para início das obras está prevista para 17 de setembro.

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Créditos:

Kelly Pantoja/Reprodução/Arquivo Pessoas/Divulgação

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